Perecível ao tempo

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Hoje quando sai do trabalho vi um garoto bem vestido, sentado na calçada em frente à portaria de um prédio do centro de Curitiba. Ele estava acompanhado. O senhor ao seu lado vestia roupas surrados e estava com um prato cheio de comida. Conversavam e riam. Olhei pros dois e pensei sobre os (prováveis) diferentes estilos de vida que cada um levaria. Imagino que o garoto tenha dado o prato de comida para o senhor, morador de rua. Mas vendo os dois sentados no chão e conversando despreocupados, o que se destacava na cena era a alegria do momento. Nem as circunstâncias da vida de cada um, nem o motivo de aproximação dos dois pareciam ser importantes naquele momento.

Quem transita pelo centro de Curitiba já está acostumado com o som de flautas sendo tocadas nas praças mais movimentadas. Um dia, à caminho do inglês, seis da tarde de um dia nublado, vi duas mulheres dançando na Rui Barbosa. Ao lado, os músicos e a plateia. Fiquei com vontade de abandonar o verbo to be e fazer com que as duas dançarinas passassem a ser três.

O vídeo está no ar há cinco meses, mas só hoje vi. Uma mulher faz com que a espera do ônibus seja mais feliz.

 

 

Bom, esse último caso não aconteceu no Brasil, mas se você fizer uma pesquisa rápida no Youtube, verá que são muitos os dançarinos e dançarinas nas paradas (ou que dançam já dentro do ônibus).

Enfim, todo esse texto pra falar: sempre tem alguém reclamando que falta amor, alegria, compaixão, generosidade e cia. nas grandes cidades, mas talvez o que esteja faltando seja o olhar atento para ver coisas boas acontecendo ao nosso redor.

 

 

 

 

 

Quando toda sua vida parece um drama, uma música triste toca em um dia de chuva e você está chorando dentro de um carro. Então, nesse momento (assim como em todos os outros), a sua vida não é o centro do Universo e Deus não escolheu você para brincar como se fosse um bonequinho vodu. A gente até sabe disso, mas nesses dias de chuva com o rádio ligado, é fácil ignorar que existem outras pessoas (que pessoas?) com seus próprios problemas. Pra dar uma dimensionada no tamanho do seu problema, da sua vida, da existência humana e cia, recomendo esse site: Here is today

 

p.s.: Se você for uma pessoa muito dramática, pode ser que após visitar o site sinta uma melancolia diferente (eu não sou nada, nunca serei nada…) Enfim, não use nenhum tarja preta em ambos os casos.

 

 

 

Sim, eu já parei. E quer saber o que eu andei pensando? Que essa história de “já parou pra pensar?” começou a cansar. Desde que a Cris Guerra “descobriu” a frase no finzinho de 2011, muita gente pensou em samplear a blogueira. Se em 2011 a provocação era original, agora virou lugar comum, empobrecendo a propaganda da recrutadora de recursos humanos, e texto de muita blogueira.

Quando a frase “surgiu”, seu propósito era inspirar a reflexão. Agora nem é preciso refletir, já que temos uma legião de pensadores apontando para todas as grandes revelações que ainda não nos demos conta. Dá pra soar de forma mais arrogante?

De tão repetida, logo a frase alcança o status de bordão. E quando repetimos um bordão, a gente faz tudo, menos pensar sobre ele.

 

 

 

Porcarias, enlatados, celebridades...

 

Não assisti e não ouvi (ou muito pouco) as “atrações” listadas no cartum.

Amei ter assistido tantas peças, escutado tanta música boa, assistido tantos filmes e programas de TV bem feitos nesse 2012.  É claro que apareceram algumas porcarias no meio disso tudo, mas me empenhei em conhecer coisas novas e aproveitar as boas velhas conhecidas.

Tenho a impressão que muita gente, principalmente os que reclamam da “grande mídia”, “cultura de massa” e “enlatados americanos”, poucas vezes ousaram mudar de canal na TV ou a estação de rádio quando viram/escutaram os “artistas” mencionados ali em cima.

Acho que a responsabilidade de fazer um 2013 melhor culturalmente depende de cada um! Se 2012 já foi muito bom, que 2013 seja ainda melhor!

 

 

 

Não, obrigada, mas não quero sair contigo. Não sei se é o inverno, o frio e a vontade de ficar em casa debaixo das cobertas, ou ainda se é a idade ou a posição da Lua, mas sei que sair contigo não é a melhor opção pra mim. Porque você não vai querer acordar ao meu lado, e eu não vou querer sair da sua cama no meio da noite. Porque você não vai me chamar pra almoçar numa terça-feira, entre a correria do trabalho e as aulas da faculdade. Você também não vai querer passear com as nossas cachorras (você com a sua e eu com a minha) em um domingo ensolarado, nem vai roubar uma fruta no pé pro meu lanche do estágio. Você não vai lembrar de mim caso escute sem querer a minha banda preferida. Aliás, acho que você nem sabe qual é a minha banda preferida. E é por isso que não vou sair contigo, porque alguém que apenas queira sair comigo, não basta. Estou procurando alguém pra viver, sentir, sorrir, chorar, ir ao cinema e passear com as cachorras comigo. E sei que não é isso que você quer. É uma pena, mas é assim que tem que ser.

 

 

 

Ontem resolvi que ficaria uma semana sem entrar no Facebook. Percebi que a rede social tem tomado muito meu tempo. Imagino que 9 entre 10 pessoas já tenha pensado a mesma coisa. Mesmo assim, fiquei feliz de perceber que ao invés de estar rolando infinitamente a timeline e conferindo a cada meio segundo se uma nova notificação surgiu na minha página, aproveitei muito mais as últimas 24 horas. Se tempo é dinheiro, estava perdendo milhões todos os dias na frente da tela. Reclamo tanto da falta de tempo, que tinha me esquecido que é justamente isso que perco enquanto estou nos murais alheios.

Nessas 24 horas aproveitei pra assistir dois filmes (A morte num beijo – chato, 12 homens e uma sentença – muito legal), arrumar/limpar meu quarto, fazer as compras do mês (em dois mercados e no “sacolão” – comércio da prefeitura que vende apenas verduras, legumes e frutas), preparar um almoço pra mim e pro meu pai, ir no banco…

Gosto de Cinema, gosto de cozinhar, gosto de ter comida no armário e na geladeira e de ter dinheiro no bolso, então porque  diariamente tenho aberto mão disso tudo apenas para ficar imersa no mundo facebookiano, onde todos são perfeitos, baladeiros, atuantes socialmente, etc?

Acho que é hora de me desplugar mais e aproveitar o mundo lá fora…

‎”Em qualquer momento da decisão, a melhor coisa que você pode fazer é a coisa certa, a próxima melhor coisa é a coisa errada, e a pior coisa que você pode fazer é nada.”

(Teddy Roosevelt)

Meu blog, este que você está lendo agora, chamado Perecível ao Tempo já soma 53 posts, 258 tags e 9 categorias. Dei vida a ele numa terça-feira de agosto. De todos os receios que tinha em relação a ele, o maior era o de desistir.

Tinha medo do começo. Tinha medo de começar mais um blog e não saber como fazer para corresponder as minhas próprias expectativas sobre a minha criatura. Tinha medo de me cansar da brincadeira e abandoná-lo antes do final (e na atividade blogueira não há exatamente um “final”). Então, para aplacar os medos, queria achar um atalho. Queria começar um blog que tivesse quatro ou cinco meses de vida, algumas muitas postagens na rede. Queria começar já com a agradável sensação de que é preciso blogar para encerrar bem o dia.

Óbvio que tudo isso não acontece do nada. Então, meu blog começou da postagem zero no dia 1, do mês um do ano um de sua existência. Sei que não é o meu melhor produto, não é tudo que eu sempre quis fazer, nem é muito lido ou comentado, mas já carrega essa sina de confessionário. É o meu espaço que precisa existir para o desabafo. É mesa de bar, onde proponho discussões sem nenhuma importância. É diário, onde escrevo o que penso. É caderno de anotações, onde “guardo” boas indicações/referências e compartilho o que acho legal.

Ainda não tenho o hábito de escrever aqui todo dia, mas sinto uma tristezinha se não posto ou simplesmente confiro os comentários e índices de visitação (sempre tão baixos…) diariamente.

Fico feliz por ter superado os receios e ter começado o Perecível ao Tempo numa terça-feira de agosto. Mesmo que esse blog não tenha nenhuma relevância social é bom saber que tomei uma decisão que não é a pior. E tenho quase certeza que também não foi a “próxima melhor”, mas isto só o tempo vai dizer.

Acabou porque deu certo. Durante cinco meses deu certo. Apesar da mulher dele (alguns dias ex), apesar dos dois filhos dele, apesar das nossas noitadas regadas a tequila (bebidas por mim), apesar da cocaína (cheirada por ele), apesar dos ciúmes mútuos, das brigas constantes e das diferenças. Ele sonhando com uma TV de tela plana e várias polegadas. Eu, em ser uma das melhores jornalistas internacionais.
Começou torto (bebedeira, motel e sexo sem sentido). Continuou mal (traições, orgulhos feridos e demonstrações de desprezos um ao outro constantemente). E terminou certo. Terminou porque em algum momento percebi que o meu amor próprio deveria ser maior do que o amor que nutria por ele.
Doeu, mas terminou, o amor e a dor.

Nem sempre os sonhos se realizam, entrevistas viram empregos, rolos viram companhia pra noites dormidas em “conchinha”, sorrisos viram conversas. Às vezes as expectativas não se cumprem, e não se sabe se esperou demais de algo que nem prometia dar certo ou se a promessa é que não foi cumprida. De qualquer forma, só nos resta sonhar.

O filminho abaixo mostra um encontro que nem era esperado, mas que se cumpre. É rápido (dois minutos e vinte e cinco segundos), é meigo e é bem feito.

Aliás, apenas por uma não, você pode militar por várias, é fácil! E você pode fazer isso de tantas formas: participando de ações de mobilização, de debates, confeccionando faixas e cartazes, compartilhando conteúdo no Facebook… Você pode fazer militância em uma conversa informal ao expor o assunto para os demais ou apenas agindo de forma coerente com o seu discurso. Não precisa de esforço, militar se torna algo natural.  Quem milita em movimento ambiental não vai jogar lixo na rua, não porque pode ser criticado, mas porque já é algo inerente à pessoa.

O problema é criar a conscientização sobre essas causas. Isso sim, dói! Exige reflexões, debates, leituras, enfim, exige pensar. E muitas vezes exige abandonar velhos preconceitos e paradigmas. Exige abertura ao novo. Enquanto essas causas ainda não são “suas causas” é que é difícil se animar e participar de palestras, cursos, atos…

Se pensar dói, começar a pensar é excruciante, mas altamente recompensador!

Manifestação dos povos originários de Salta (Argentina) e as famosas bandeiras wiphala


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