Perecível ao tempo

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Ela prefere números, e eu as palavras. Meu lugar preferido é na rua, e o dela em casa. Eu brinco que ela é sensível demais, ela me chama de rude. Somos diferentes em tantas coisas, que às vezes me pergunto: como pode sobreviver essa amizade?

Claro que nem tudo é maravilha. E nem deveria ser, afinal, onde já se viu amizade de toda uma vida resistir sem brigas? E estas não faltaram! Já discutimos tanto, por tantos motivos bobos e até ficamos sem nos falar por alguns anos. Mas o mais importante é que nem foi preciso encontrar um sentido para voltar a conversar. Foi simples, foi necessário apenas nos perdoar.

Dizem que você só conhece bem alguém depois de comer um quilo de sal juntos. Hey, quantos salares medem a nossa amizade?

 

21 anos de brigas e brincadeiras

 

 

 

 

Acredito que assim como eu, todo mundo tem duas “vozinhas” dentro de si. Uma, racional, rígida, focada. A outra, impulsiva, flexível, dispersa. Cada uma dá conselhos à sua maneira. Enquanto a primeira fala: calma! A segunda grita: corra!

Ando fazendo várias atividades, e para aproveitar ao máximo cada uma delas, tenho tentado escutar mais a primeira voz. Me concentrando em uma coisa de cada vez, me organizando previamente, acredito que posso tirar o melhor de tudo. Mas quando a calmaria se instala, sempre aparece algo para instaurar o caos. E daí, todos os esforços para ser uma pessoa centrada se esvaem. É o momento em que o lado racional deixa de pedir, e começa a implorar: PARE! Isso não vai dar certo! Por mais que tente, cedo as tentações e escuto a vozinha que canta: Vai lá garota! Faça já, que tudo vai dar certo!

Assumo o risco, vou voando e embalo na canção, acreditando que a correria, o improviso, o imediato trarão bons resultados. E é claro que quase nunca trazem. Depois da derrota e da frustração, só escuto uma voz dentro de mim: Pois é, dessa vez não deu certo, mas na próxima vai! Essa, é a voz impulsiva, a mesma que me fez correr, voar… A outra? A outra fica calada, pois além de racional, rígida e focada, é respeitosa. Ela não ousa nem falar: eu avisei no que ia dar!

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* Tem uma história, já famosa, que é mais ou menos assim:

Um velho sábio descreveu, certa vez, seus conflitos internos:

– Dentro de mim existem dois cachorros:
 um deles é cruel e mau, o outro é muito bom e dócil.
 Os dois estão SEMPRE brigando…

Quando, então, lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o velho sábio parou, refletiu e respondeu:

– Aquele que eu mais alimentar…


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